Ao longo das edições mais recentes do Rock in Rio, a preocupação com a acessibilidade das pessoas com deficiência é perceptível. Mas em 2024, uma novidade na Cidade do Rock chamou atenção e foi elogiada por especialistas: as salas sensoriais. São espaços com estímulos sensoriais reduzidos, incluindo iluminação e som. Isso permite que pessoas com sensibilidade possam fazer uma pausa dos estímulos do festival e se regular em casos de crise. Terapeutas ocupacionais ficam no local durante todo festival para oferecer suporte.

Francine Dias, de 43 anos, terapeuta ocupacional de Niterói, destaca a importância dos novos espaços:

— Desde 2017, nossa clínica tem trazido pacientes para eventos, sempre mapeando áreas com menos estímulos sensoriais. Este ano, o Rock in Rio criou um espaço sensorial que atende não só pessoas com autismo, mas também aquelas com sobrecarga sensorial, ansiedade e outras condições. Esse espaço é vital para que esses indivíduos possam se regular e retornar ao festival em melhores condições.

Flávia Calafante, diretora para a América Latina do projeto HD Sunflower, explica a função do cordão de girassol, que sinaliza que a pessoa tem algum tipo de “deficiência não visível”.

O psicólogo elogia a iniciativa, frisando que ela confirma o real compromisso da organização com a inclusão de todas as pessoas:

– Vai além do cumprimento dos critérios legais e trata-se de valorizar cada indivíduo, registrando suas necessidades específicas e ajudando-os a vivenciar o evento de forma plena e digna. Essas ações simbolizam uma mudança de perspectiva, na qual a inclusão e o respeito à dignidade humana estão no centro das decisões, promovendo uma sociedade mais justa e acolhedora.

No Rock in Rio 2024, ainda há espaço suporte para cão-guia, empréstimo de cadeiras de rodas manuais e várias outras iniciativas voltadas para as pessoas com deficiência (veja em detalhes no final da matéria).

Sérgio Ricardo, de 20 anos, atleta de basquete que usa cadeira de rodas, compartilhou sua experiência no primeiro dia do Rock in Rio:

— O festival tem se mostrado muito atento às necessidades das pessoas com mobilidade reduzida, o que é um grande avanço. A central de acessibilidade está bem equipada, com cadeiras de rodas e informações detalhadas. As áreas elevadas e os banheiros adaptados ajudam a tornar a experiência mais confortável e acessível.

Serviços disponíveis para pessoas com deficiência

Para ter acesso aos serviços e iniciativas no dia do evento a pessoa precisa estar com a pulseira colocada na Central de Acessibilidade. Dentre os serviços estão:

Notícia disponível em https://extra.globo.com/entretenimento/rock-in-rio/noticia/2024/09/espacos-sensoriais-para-pessoas-com-autismo-e-deficiencias-nao-visiveis-sao-destaque-no-rock-in-rio-entenda.ghtml